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O trabalho de um Geólogo com modelagem de sistemas petrolíferos

Atualizado: 11 de out. de 2018


A modelagem de sistemas petrolíferos é uma aproximação da quantificação de parte dos processos geológicos que compõem os sistemas petrolíferos. Recentemente, esta ferramenta tem tido um aumento do seu uso nas tomadas de decisão das principais companhias de petróleo do mundo, pois entende-se que ela tem um potencial significativo para reduzir riscos, principalmente relacionados à carga de petróleo junto à trapa.

O recente trabalho de Baur et. al., 2018 (AAPG Explorer: Março, 2018) ilustra uma série de dados estatísticos que demonstram quais as principais finalidades do uso desta ferramenta.

Os geocientistas que trabalham com modelagem de sistemas petrolíferos, devem procurar ter uma base física e matemática bem concreta, uma vez que a abordagem da análise é predominantemente quantitativa. A análise descritiva e qualitativa, necessariamente precisa ser traduzida em números de modo que possa ser utilizada como dado de entrada para popular os modelos. Como exemplo, podemos citar que a descrição de um arenito fluvial com estratificação plano paralela cuja porosidade em superfície está na ordem de 50%, deverá ser transformada em uma litologia x, cuja porosidade varia com o soterramento a partir da relação entre porosidade inicial, porosidade final e uma constante de decaimento. Para isto, utiliza-se de leis físicas, como por exemplo a Lei de Athy, a qual relaciona o decaimento da porosidade com o soterramento. Todas as demais propriedades, sejam elas relacionadas às disciplinas da mecânica de fluidos, mecânica de rochas, mecânica de sedimentação, tectonofísica, geoquímica, geotermia entre outras, carregam consigo os números que a descrevem.

A ideia principal da utilização de um software com inúmeras equações e que reproduz de forma aproximada os dados conhecidos, é fazermos predições para áreas ainda a serem exploradas, sejam no âmbito da maturação da rocha geradora, temperatura no tempo presente, qualidade do fluido...

Segue abaixo uma lista dos principais resultados obtidos através desta ferramenta e utilizados para tomada de decisão:

- História de soterramento;

- Previsão de temperatura dos poços;

- Maturação da rocha geradora;

- Rotas de migração e proveniência das famílias de petróleo;

- Volumes gerados, expulsos e acumulados;

- Qualidade do petróleo (grau API, RGO, Bo, Bg);

...

Trabalhar com modelagem de sistemas petrolíferos cria uma base conceitual robusta no geocientista e permite que ele tenha uma visão integrada de inúmeros processos geológicos que ocorrem simultaneamente. Além disso, o modelador consegue pensar de forma dinâmica no tempo e tem o presente apenas como dado firme de calibração dos seus modelos. Este conhecimento pode ser aplicado em qualquer bacia do mundo e isto é um dos fortes atrativos para a pessoa que almeja se tornar um modelador. Adicionalmente, pode-se trabalhar com diferentes escalas, seja ela de bacia, seja de um campo produtor.



Escrito pelo YP: Carlos Fracalossi

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